A Vice-Presidente do Tribunal Supremo e Presidente do Conselho Administrativo do Cofre dos Tribunais, Matilde Augusto Monjane Maltez de Almeida, defendeu esta terça-feira que a magistratura, enquanto pilar do Estado, não é indiferente ao sofrimento humano e que a justiça administrada todos os dias é inseparável da vida concreta das pessoas, das suas fragilidades e esperanças. Falando aos mais de uma centena de participantes na palestra coorganizada pelo Tribunal Supremo e pelo Cofre dos Tribunais alusiva a Outubro Rosa e Novembro Azul, meses dedicados à prevenção do cancro da mama e do cancro da próstata, respectivamente, a Juíza Conselheira reassumiu a responsabilidade social institucional em relação às causas sociais.

“Ao assumirmos publicamente estas campanhas, reafirmamos a nossa identidade institucional: uma magistratura que defende a dignidade humana com o exemplo, com prudência e com humanidade.”
Prosseguindo, no seu discurso referiu-se aos desafios que a mulher moçambicana trava na luta contra este flagelo social, incluindo a do sector da justiça, e reconheceu a necessidade de autocuidado como fundamental.
“O Outubro Rosa presta homenagem a milhares de mulheres moçambicanas que enfrentam o cancro com extraordinária coragem, perseverança e resiliência. Muitas destas mulheres trabalham nos tribunais, nos seus serviços de apoio e continuam, mesmo em circunstâncias difíceis, a servir o país com dignidade. No universo da magistratura, onde as exigências profissionais são intensas e as rotinas absorventes, é fundamental reafirmar a necessidade de autocuidado.”
Sobre a saúde masculina, a magistrada mostrou preocupação, ainda, pela prevalência, entre os homens, do medo e estigma para o diagnóstico precoce do cancro da próstata exortando, desta forma, a uma mudança de mentalidade.



“O Novembro Azul, chama à responsabilidade os homens que servem o sistema de administração da justiça: magistrados, oficiais e assistentes de oficiais de justiça, do regime geral, técnicos e colaboradores. É um apelo à superação do medo, do estigma e da desinformação, que tantas vezes atrasam o acompanhamento médico. No nosso País, onde a cultura de prevenção masculina ainda enfrenta resistência, este mês, surge como convite a uma mudança de mentalidade – fora e dentro dos tribunais” aduziu.
Em ambos os casos, a Vice-Presidente do Tribunal Supremo referiu que “a informação, o diagnóstico precoce e a vigilância clínica representam uma oportunidade e que cada gesto de solidariedade reforça laços humanos dentro das nossas instituições.”
Refira-se que participaram na palestra, para além dos funcionários, Oficiais de Justiça e Assistentes de Oficiais de Justiça do Tribunal Supremo, a Inspectora Geral da Inspecção Judicial, Inspectores Judiciais, Juízes Desembargadores, o Secretário Geral do Tribunal Supremo, funcionários do Conselho Superior da Magistratura Judicial, da Inspecção Judicial e os colaboradores do Cofre dos Tribunais.


