O novo edifício do Tribunal Supremo, que está a ser construído pelo Cofre dos Tribunais na cidade de Maputo, começa a ganhar forma. Segundo o engenheiro da obra, Fernando Silva, da Monta Engil Moçambique, apesar das manifestações populares pós-eleitoral, que influenciam negativamente vários sectores de actividade, incluindo a construção civil, o empreiteiro continua a realizar as suas actividades de modo a entregar uma obra de qualidade, a condizer com as expectativas do Cofre dos Tribunais.

Falando à margem de mais uma visita de monitoria efectuada esta sexta-feira, 13, pela Presidente do Cofre dos Tribunais, Veneranda Matilde Augusto Monjane Maltez de Almeida, o engenheiro Fernando Silva explicou que “o período [das manifestações pós-eleitoral] em que nos encontramos é complicado. Estas paralisações tiveram um impacto muito grande na obra, na medida em que não conseguimos fazer chegar os materiais dado que as principais vias de acesso se encontravam bloqueadas ao trânsito. Por outro lado, houve uma redução significativa do número dos trabalhadores. Isto é, dos 400 a 500 trabalhadores que temos em média, na obra, chegámos a ter apenas 80 a 70 e, muitos dos que conseguiam vir ao trabalho depois tornava-lhes impossível regressar às respectivas casas devido à falta de transporte. Em qualquer das formas, antecipando isto, procuramos fazer algumas secagens dos principais materiais, nomeadamente, a cofragem, aço, etc., embora haja outro material que se foi consumindo”.
No caso do betão, explicou o engenheiro, “atendendo que a central está localizada em Txumeni, na Matola, não o conseguimos trazer até à obra e todos os trabalhos relacionados ficaram paralisados. Nestes intervalos entre as manifestações conseguimos trabalhar, por exemplo, carregar o betão, pelo que vamos continuar neste processo. Temos de recuperar algum tempo perdido”, esclareceu o engenheiro.
Contudo, desde a última visita efectuada pela Presidente do Cofre dos Tribunais e esta realizada nesta sexta-feira, 13, nota-se uma evolução significativa na implantação da obra, quer em termos qualitativos, quer quantitativos. Isso significa, em termos práticos, o assumir da missão, pela da Mota Engil, que lhe foi confiada.


“Continuamos a dizer que esta é uma obra de arte, é especial. Todas as pessoas percebem que devem fazer bem o seu trabalho e é preciso tempo para apresentarmos no final um produto com qualidade e que a diferencie de qualquer outra obra. Neste momento, o que é mais visível é a parte da estrutura, que estamos a pensar concluir em meados de Abril do próximo ano. Interiormente não é muito visível, mas há muito trabalho já feito, designadamente, rebocos, acabamentos, só para dar alguns exemplos. Por outro lado, também já temos muito material em produção nas oficinas e quando finalizado este trabalho iremos ver o efeito da obra. Quando terminarmos a estrutura e retirarmos os andaimes vamos começar a fechar a obra e, em dois ou três meses estará patente uma mudança significativa no edifício”, explica apontando para finais do próximo ano, a data da conclusão e entrega do edifício.


